I feel I have not yet inserted as many cultural signifiers into this essay as perhaps I would have liked. Such is the fear of being labelled pretentious. Yet to conclude, pretentiousness is always a state of otherness, someone else’s crime. When I drop Jacques Derrida or Alain de Botton into a conversation, I do so knowingly, able to laugh at my neediness and exalt in my intellect. But when you do it, it is just pathetic, pretentious posturing.
retirado de uma sátira em jeito de crítica literária sobre um livro que efectivamente defende a importância de se ser pretensioso... dito isso, temos que fechar com um comentário de regresso da coisa: “pretentiousness is an intellectual crime, and rots judgement of true worth”
Para justificar na banda desenhada derivações mais artsy realçam-se aproximações possíveis à laia da sua validação, mas sucumbe-se assim no erro de assumir que a BD apenas pode ser considerada seriamente quando –na exceção à norma- se afasta da sua natureza e se aproxima da natureza de outras artes.
Continuamos a acreditar na banda desenhada enquanto meio que deve a sua concepção e validade à cultura popular - com tudo o que de menos magnificente essa desconsiderarão poderá acarretar: massificada, arredondada por baixo.
A banda desenhada enquanto Arte maior só nos é quando nos seus próprios termos se eleva acima da boçalidade de fórmulas e nos permite um ténue & fugaz vislumbre de algo infindável que nos recorda simultaneamente da nossa pequenez e grandiosidade. Daqui insistimos, nem toda a banda desenhada é arte maior, e sobretudo, esta deve ocorrer -
Nos, seus, próprios, termos.
Pelo contrário, no quanto se afasta de ser banda desenhada para se tornar uma outra afiguração capaz de se confundir com uma qualquer arte que lhe permita a afiliação – e, necessariamente, por exclusão à primeira- já não importa falar de banda desenhada per se e penetramos noutros domínios. Nos seus próprios termos, a banda desenhada é imagem e texto, mas também é contexto. Já o dissemos diversas vezes e já o reduzimos há vários anos ao postulado que a muitos o alcance ainda escapa: “se não for lida, não é banda desenhada”. Não é quando a BD deixa de ser BD que a BD se cumpre: cumpre-se quando a sua realização é completa.
batam a lógica :)
E a sua realização só pode ser completa no seio de uma cultura de massas, no seio de uma cultura de consumo, no seio de uma cultura popular, entre o que de mínimo une indivíduos no seu mais total despreendimento ou máxima disposição ao supérfluo. Independentemente de uma crítica mais favorável ou menos favorável nos estudos culturais e dos artefactos que suportem, à análise de média ou quaisquer manifestações que assuma, independentemente de quem acusem ou aclamem pela iniciativa no processo, independentemente do determinismo em que a encerrem ou da dinâmica em que se metamorfoseia, a banda desenhada só possui valor quando o seu valor não se esvazia na sua leitura. Ou, como já tivemos oportunidade de o dizer no passado: se conduz à acção.
“Sendo o meio a mensagem, voltemos à BD: defendemos o seu uso como meio para um fim, não como fim em si própria.”
A importância da BD está a jusante de si: dependendo dos feitos que se conseguem alcançar cuja inferência possa ser atribuída de volta ao comix este justificará o seu valor e análise, preferencialmente na perspectiva de replicar e maximizar o seu efeito no próximo ciclo. Aqui não nos podemos escusar às nossas próprias preferências: instigamos a subversão, queremos para tal servimo-nos de um meio de comunicação de massas, para as massas. Encontramos nos comix underground o expoente máximo desta arte: onde nos seus próprios termos, de e para as massas, se subverteram valores e cumpriu-se a sua quota-parte de um movimento social com um impacto real sobre a sociedade. Ou, repetindo, yet again, ainda o real Nós há 3 anos trás:
“Recordemos então aos demais e principalmente aos nossos artistas que a arte encontra por seu lado a sua génesis na crítica da sociedade que lhe é contemporânea e na sugestão das suas alternativas. Se aos nossos afames criadores é-lhes facilmente assimilável a noção de que a arte fala a um nível extremamente pessoal e por vezes impartilhável entre indivíduos que nada deve a consensos, esquivam-se de todo de conceber que a mesmíssima procura igualmente atingir o universal e estabelecer laços entre correspondentes, e na ausência de participação não se pode criar significado: somente quando aquilo que nos é pessoal e único nos toca nos dirigimos no sentido de um compromisso com outros e na ausência desse movimento estamos meramente perante uma sociedade distraída com os bells and whistles dos tarefeiros de ocasião. A arte move-nos a agir sobre a sociedade quando ela nos induz à acção, mesmo se de modo muito localizado ou inicialmente imperceptível.”
where are my grown folks at?
rippado:
pormenor de "The Cartoonists: Profiles" por Brandon Hicks 6-3-2016
talvez queiras ler o resto