Obviamente, não lemos.
Retirem daí quaisquer ilações que vos legitime o arrojo.
Mas lemos a literatura da praxe em torno da peça e mesmo admitindo a benevolência da mesma ou a excelência que a crítica lhe granjeia, conseguimos adivinhar o tom, o estilo, os planos, a cadência do ritmo, o diálogo (monólogo?) e até as suas (in)conclusões finais. Parece-nos cada vez mais que o autor perde-se no artsy fartsy, parece-nos cada vez menos que a sua obra possui uma essência própria que possa ser entendida fora de um particular estado da arte que apenas uma mui exígua vanguarda se aborrece ainda de acompanhar em todas as suas diversas transmudações. Importa-nos se uma obra resulta de uma necessidade imensa de expressão interior, ou, pelo contrário, esse movimento inicia-se de fora para dentro como resposta de um enunciado analítico para um putativo enquadramento teórico que a sustente. Se este último, temos que dar os parabéns ao autor se essa é a sua escolha: abordar temas pertinentes com uma competência reconhecida e cujo resultado além de irrepreensível e merecedor da sua referência entre os cânones da nossa BD, é, igualmente, totalmente desnecessário.
Sem o suporte do Instituto Camões, the Portuguese Cultural Institute.
On tha plus side, e para não nos acusarem de seremos sempre "nay sayers": ontem publicaram uma pequena prancha de José Smith Vargas que nos fez o dia porque transpira a vida interior. Ainda que o "underground o suficiente para impressionar os amigos ao jantar" nos soe estranhamente familiar - onde ouvimos isso antes?
- daddy...
- honey?
- u hate ur job?
- I pretty much hate everythin', honey