Bogeymann (also spelled bogieman or boogie man) is a common allusion to a mythical creature in many cultures used by adults to frighten children into good behavior. This monster has no specific appearance, and conceptions about it can vary drastically from household to household within the same community; in many cases, he has no set appearance in the mind of an adult or child, but is simply a non-specific embodiment of terror. Parents may tell their children that if they misbehave, the bogeyman will get them. Bogeymen may target a specific mischief—for instance, a bogeyman that punishes children who suck their thumbs—or general misbehaviour, depending on what purpose needs serving. In some cases, the bogeyman is a nickname for the Devil.
in Wikipedia
Nem um dia depois de actualizarmos as condições de serviço e já a quebrar as mesmas - é pedir muito que A-to-tha-G nos informe atempadamente das suas intenções de crónica antes de as publicar? Do seu artigo de hoje: "O fantasma das elites":
...regressou o discurso de crítica das elites.
in Público 18 novembro 2016
E com ele o discurso de crítica à crítica das elites. Segue-se o rationale:
Na sequência das eleições americanas, assistimos a um curioso discurso de denúncia das “elites”, integrado numa vulgata analítica que cumpre bem uma tarefa de cretinização de inaudita envergadura.
Este discurso tem o objectivo de uma palavra de ordem, um refrão, que nada diz de substancial, mas chama a atenção sobre quem o profere. E quem o profere, neste caso, são os porta-vozes de um filisteísmo bem conhecido que constitui também uma elite: a elite consensual dos indivíduos que se vão adaptando à temperatura ambiente (...) Eles mimam a estupidez do homem genérico e marginalizam uma razão crítica, essa coisa elitista.
Fora já alguma imoderação na contenção o inválido não invalida o válido mas previsível no seu seguimento lógico, e lá voltamos outra vez:
Falam muito de populismo e fizeram dele uma palavra-maná, um significante flutuante, uma “coisa”; apontam-no como um fenómeno temível do nosso tempo, mas participam convictamente e sem má consciência na lógica e nas manifestações do populismo cultural.
É o "cultural" que o denuncia, até esse ponto recolhia da nossa simpatia e boa vontade. A conclusão é óbvia:
Mas sabemos, isso sim, que a elite consensual que nomeia e denuncia as elites acredita nas ficções estatísticas e no equilíbrio social. É esta elite que fabricou o Homem Médio e a cultura mediana, a semi-cultura que não é elitista; e conseguiu o autêntico milagre de uma colonização pacífica que teve o resultado que podemos verificar: o gosto cultural das elites passou a confundir-se com o gosto cultural das massas.
Passe a aparente dicotomia que o próprio enuncia mas não explora além: high vs low em que high e low se confundem mas afinal quanto mais high melhor:
Nas artes, esta elite consensual reclama o regresso dos neo-classicismos contra os desvarios da arte contemporânea.
- somos culpados do reclamanço mas refutamos a lógica. Cultura popular como inferior, o residual de uma verdadeira cultura digna desse nome, enquanto reforço ao separar de águas entre classes. Do high & low culure, o subtexto que nos importa:
"the forces and relations which sustain the distinction, the difference (. . .) [the] institutions and institutional processes (. . .) required to sustain each and to continually mark the difference between them"
in "Cultural Theory and Popular Culture" de John Storey
Não é um mundo p/b, podemos -devemos- ser contra as elites porque estas não surgem do nada e com a melhores intenções do mundo. Mas o contraponto das elites não é unica e exlusivamente o populismo aqui descrito: muitas escalas de cinza -e todas as cores do espectro- se entrepõem pelo meio.
De uma citação já aqui referida antes, a sua continuação:
postmodern culture is a culture that no longer recognizes the distinction between high and popular culture (...) those on the political left might worry about its effect on the oppositional possibilities of popular culture. Those on the political right might worry about what it is doing to the status of real culture.
in "Cultural Theory and Popular Culture" de John Storey
Diz-nos o cronista sobre esta espécie:
dotados de um termostato, mantêm-se à temperatura ambiente e tentam controlar as leis da termodinâmica política e cultural. São consensuais e hegemónicos(...)
E não temos como negar esses. Mas também os há que seguem sistémicos indiferentes aos humores da modas, escolhendo suportar dos rigores do frio a conviver na temperatura amena das companhias citadas e outras ou fatidicamente queimando-se no calor da insurreição quando essas se escusam à mesma.