"Não faças aos outros aquilo que queres que os outros te façam: eles podem não ter os mesmos gostos."
in George Bernard Shaw
Protelamos: para chegar à autenticidade nos comics temos que passar pelas artes também. Faremos a coisa ao largo: apenas o necessário para o demonstrar por via da sua expressão, não tivéssemos nós preocupados com os punx - ou já se esqueceram ao que vimos? Mas sem lhe dedicar demasiada da nossa atenção - se esperarmos o suficiente o "geist" proporcionará, afinal já o enumeramos aos sete ventos: demos-lhe o tempo de traduzir as nossas vontades em cultura pop a que possamos referir - notamos que é um tópico que já tenta a sua vez à nossa atenção. Ainda indefinido e por explorar, a premissa é óbvia: "art for truth's sake" versus o "art for art's sake", P+ style, surelly. Das simultaneidades de leituras e daquelas coincidências não procuradas mas recorrentes, citamos B-to-tha-Zun a propósito do esteticismo século XIX, uma das óbvias variantes a merecerem a nossa ironia, mas que não pretende rolar e morrer sem alguma luta. Vemo-nos aqui numa encruzilhada. Por um lado, críticos. U know us. U know them. Do Barzun, do Wilde, do esteticismo:
O esteta é perito no registo e apreciação das sensações. Ele percepciona melhor o universo e estabelece distinções mais subtis que as pessoas comuns. Nas obras de arte (...) o esteta vê tudo, ao passo que os outros nada vêem. Daqui resultam duas coisas: a arte necessita de um crítico que a interprete de modo a poder ser apreciada pelo público, e o crítico tem de ser tão talentoso como o artista para poder analisar a obra com profundidade e justiça.
extra: não relacionado mas no seguimento do anterior:
É certo que ao fim de 100 anos, os críticos evoluíram: existem cerca de um dúzia de espécies diferentes capazes de determinar com exatidão as insuficiências do artista e as forças interiores e exteriores que condicionam o seu intelecto. Os mais recentes praticantes (...) levaram finalmente a melhor e livraram-se totalmente do criador em favor do seu público, (...) todos eles versados em "criatividade"
Por outro lado, a "arte pela arte" é mais do que ela o quer ser e aqui entrelaça-se aos nossos propósitos:
Um paradoxo interessante acompanha este processo educativo: Wilde e outros escritores, na sua capacidade de críticos, insistiam que a arte não tinha o dever de ensinar moralidade. Mas a verdade é que todos o faziam ao denunciarem a velha moralidade, que já não servia fins morais. Obviamente, a máxima deveria antes afirmar: "a arte não tem o dever de ensinar a moralidade convencional".
A realização que se sucede não vos deverá ser estranha, estivemos aqui há poucos dias com um registo a propósito do outras coincidências, por coincidência entre o Bazun e o "The Realist", do qual assinalámos de embustes e mentiras:
Skillfully executed, it can serve to subvert the authority of the mass media.
Ora, continuando no excerto de hoje:
A farsa é uma crítica muito séria às ideias feitas da respeitabilidade.
E, especificamente:
O esteta era um novo tipo social caracterizado por atitudes e modos de falar que era poses deliberadas, meios de propaganda com vista à destruição da respeitabilidade.
Seja.
E não é a única "parataxe" que se arrisca:
O período contém assim os modelos e métodos de toda a poesia que se seguiu: verso livre, distorção da linguagem, obscuridade calculada.