diz no livro

Uma das grandes fantochadas do populismo é a de propagandear que a política se define por uma luta das massas contra as elites na qual os populistas representam, naturalmente, as massas.
in "Elite contra Elite" 6^{mar 2017}

NOS POSITIVOS revemo-nos no sentimento anti-elites -mãos no ar aqueles que já o toparam?- , mas se tal acontece sob a designação de "populismo", a simples inclusão dos P+ nesse contexto deveria ser o suficiente para te fazer questionar se o termo é o mais adequado, ou, como por acaso é o caso, se aqueles que o usam como arma de arremesso compreendem correctamente o seu sentido.

Funny: grosso modo, a larga maioria -duplo pun!- das vezes que lês alguém usar da expressão, fá-lo num sentido que resulta da incompreensão da mesma associando-lhe uma definição que em boa verdade não a comporta. Mas! aqui nOS POSITIVOS somos também pela língua viva, logo quanto uma tão vasta maioria de falantes e escritantes -get it?- usam o termo em incongruência ao sentido original, crê-mos que a sua definição dicionário acabou de levar um chuto no cu e passamos a responder à nova semântica.

Nesse sentido. Não incluam os P+ numa revanche nacional contra a globalização, somos contra uma certa globalização, como o somos também contra qualquer tipo de nacionalismo. Outra confusão: porque somos contra as elites, não vos passará certamente pela cabeça que somos pela populaça: nunca notaram como vamos contra-corrente? Não temos a melhor das impressões das massas por estas bandas: sempre nos encontrámos do lado contrário às maiorias. Mas, importante recordar de vez a vez: se as massas são obtusas, carneirinhos, à sua unidade atómica os indivíduos são seres capazes de pensar por si e não tão facilmente manipuláveis. E parece-nos que com devida atenção se pode alastrar à massa aquilo que já é parte dos seus constituintes. Essa convicção é parte do ADN dos P+: não perderíamos o nosso tempo a debitar bites aos teens se não acreditássemos que entre eles, alguns farão sentido da informação que lhes passamos.

Mesmo se já mastigada para facilitar ingestão :)

So, on topic, dos mainstream media/jornal de referência de hoje:

O que temos no populismo atual é algo muito diferente: duas facções da mesma elite, ambas alegando falsamente serem capazes de controlar a globalização quando na verdade beneficiam dela.

Não, não há nos populismos qualquer luta de massas-contra-elites. Há elites mais dissimuladas e elites que roubam às claras, umas que acreditam na sua retórica e outras acreditando apenas que a sua retórica é para usar à descarada até ao dia em que se ganha eleições. Após esse dia a retórica de antes será ora esquecida, ora lembrada, dependendo das necessidades políticas de momento.
in "Elite contra Elite" 6^{mar 2017}

Ah, eleições. E valerá a pena recordar onde estão OS POSITIVOS em relação à democracia que nos querem vender? Nesse tópico e onde se cruza às massas e suas intenções, do mesmo jornal e mesmo dia outra peça com uma citação a recontextualizar às nossas leituras:

"Apesar de tudo lêem os nossos livros e sabem estas coisas, não são estúpidos."

Esta confusão de conceitos que se enrolam nos populismos recorda-nos da necessidade de clarear o que a turba turva - sentimos uma quase obrigação de deixar aqui nova nota aos teens sobre trolls. Longo tópico, melhor tratar para uma próxima oportunidade. Fuck it, segway para essa:

O que se passa é que em cada caso as elites se sentem tão perdidas perante a globalização quanto as massas. Só que ao passo que entre os cidadãos comuns a questão é principalmente etária e de nível educacional, entre as elites o critério decisivo é principalmente de ramo de negócios.
in "Elite contra Elite" 6^{mar 2017}

Destaques nossos. Continuemos então em missão de educar os teens a vacinarem-se contra o $$$.

Tha kids'r alrite. Até que se tornam alt-right, mas sobre esses, mais a seguir.