Para hoje, uma adenda ao projecto fechado ontem em jeito de random stuff a queimar pontas soltas.
A thought virus, an inescapable notion colored sinister but possibly just amoral.
These days, a ‘meme’ is another word for a community joke that individuals bend to their purposes from a commonly-understood format, but it used to be that a meme was broader in common use: it was understood as a communicable idea.
in "Non ho sonno" 30 ago 2017
I
Citação anterior a propósito de memes retirada da despedida do Joe McCulloch do TCJ que espelha um sentimento semelhante ao nosso quando agarramos este tipo de projecto.
What I had intended to put in this space completely escaped my control – even though the urge behind it, I confess, was to leave something inexplicable and arguably inappropriate through which I might exercise the freedoms offered to those of an establishment platform withdrawing from routine work. Oh well! It was nice anyway feeling the hours dissolve while trapped in a mania of composition.
in "Non ho sonno" 30 ago 2017
Ainda dele, também sobre um exemplo com o qual podemos continuar a comparar.
It wasn’t quite seven years ago when I bought a sizable lot of Steve Ditko comics. Every single one of them I read in the space of maybe a week, and it changed me. For days, weeks after I read those Ditko comics, it was as if his point of view had inhabited my mind. I exercised free will, of course, but everything I saw in the world, I saw in Ditko’s terms. A closed circuit was formed, like a magic circle trapping me in a deterministic surveillance of how everything I saw could be reduced to the midcentury U.S.A. popular values espoused wildly in these parables.
in "Non ho sonno" 30 ago 2017
Familiar.
II
Acrescentando às notas de rodapé e follow up da piada sexista, feminismos, e da diferença entre justiça-moral ou sentimentos, como prometido. Fora outras considerações, "encontramos duas posições feministas particularmente supreendentes: as feministas devem rejeitar o capitalismo; as feministas deveriam deixar de usar a linguagem da justiça". Porque devem rejeitar o capitalismo damos por tranquilo entre todos vocês que nos leem, saltamos.
Há essencialmente dois tipos de abordagem das questões morais: a abordagem da «justiça» e a abordagem do «afecto». A abordagem da justiça prende-se com a busca de regras ou princípios abstractos que poderão ser utilizados para resolver dificuldades morais específicas. Em contraste, a abordagem do afecto requer que se considerem as particularidades da situação — quem sairá magoado, quem beneficiará — e, assim, que se tome uma decisão numa base muito mais concreta, caso a caso. Muitos teóricos afirmam que, em grande medida, os homens tendem a adoptar a perspectiva da justiça e dos direitos, e as mulheres a perspectiva do afecto.
Jonathan Wolf in "Introdução à Filosofia Política" 1996
Este argumento fornece a primeira premissa do argumento feminista «anti-justiça»: os homens, muito mais do que as mulheres, valorizam a abstracção e a separação. Uma segunda premissa, vital, é que a justiça é uma ética de abstracção e separação, do que parece poder concluir-se que os homens valorizam a justiça muito mais do que as mulheres. Daí que, pelo menos neste sentido, a justiça seja um conceito tendencioso. O que se afirma não é tanto que os chamados resultados justos favorecem os homens — e, portanto, são injustos —, mas que sentir uma preocupação suprema com a justiça é adoptar uma perspectiva masculina.
Jonathan Wolf in "Introdução à Filosofia Política" 1996
Muitas ramificações do pensamento anti-individualista - marxismo, feminismo, comunitarismo, conservadorismo - coincidem ao fazerem a afirmação geral que todos partilham: a justiça - ou, pelo menos, uma preocupação demasiado rígida e exclusiva com ela, deteriora realmente relações humanas valiosas.
III
Espaço para as coincidências- coincidências-coincidências. Terminámos com um comentário no Marxist Supernanny e no mesmo dia fazem o caso pela nacionalização das big tech. Vale como resumo das nossas teses na frente cultura - $$$ - tecnologia.
The 21st century’s new "platform" companies, such as Facebook, Google and Amazon business model lets them siphon off revenues and data at an incredible pace, and consolidate themselves as the new masters of the economy. Reaching a critical mass of users is what makes these businesses successful: the more users, the more useful to users – and the more entrenched – they become. Network effects generate momentum that not only helps these platforms survive controversy, but makes it incredibly difficult for insurgents to replace them. As a result, we have witnessed the rise of increasingly formidable platform monopolies.
Look at the state of journalism: Google and Facebook rake in record ad revenues through sophisticated algorithms; newspapers and magazines see advertisers flee, mass layoffs, the shuttering of expensive investigative journalism, and the collapse of major print titles. A similar phenomenon is happening in retail, with Amazon’s dominance undermining old department stores.
These companies power over our reliance on data adds a further twist. Data is quickly becoming the 21st-century version of oil – a resource essential to the entire global economy, and the focus of intense struggle to control it. And this poses problems. At the heart of platform capitalism is a drive to extract more data in order to survive. But here we get to the real endgame: artificial intelligence. All the dynamics of platforms are amplified once AI enters the equation: the insatiable appetite for data, and the winner-takes-all momentum of network effects. More data means better machine learning, which means better services and more users, which means more data.
What’s the answer? We’ve only begun to grasp the problem, but in the past, natural monopolies like utilities and railways that enjoy huge economies of scale and serve the common good have been prime candidates for public ownership. The solution to our newfangled monopoly problem lies in this sort of age-old fix, updated for our digital age. It would mean taking back control over the internet and our digital infrastructure, instead of allowing them to be run in the pursuit of profit and power. If we don’t take over today’s platform monopolies, we risk letting them own and control the basic infrastructure of 21st-century society.
in "We need to nationalise Google, Facebook and Amazon. Here’s why" 30 ago 2017
Familiar. Como, ausente nestas frentes, os cómicos, ainda.
IV
Omissão que notámos na newsletter anterior sobre o comentário publicado ontem na Bedeteca Anónima:
«Um mero supermercado onde os consumidores vão procurar o produto mais barato possível» Quem o diz é questionado sobre a utilidade da Web enquanto ferramenta criativa. Esta é a única referência de alguma forma ligada à BD (...) Eis a distopia pensada em Reinventing Comics e na altura bastante criticada e prevendo estas palavras de Eisner. E damos por fechada a "silly season" deste ano!
in "«Um mero supermercado onde os consumidores vão procurar o produto mais barato possível»" 30 ago 2017
Do papel da banda desenhada ainda estamos por nos abeirar convenientemente, ajeitamo-nos a isso mal acabe a barragem de novidades que nos mantém ao largo - mesmo se já nos conhecem os eixos fundamentais: bitmitização, autenticidade.
V
Efectivamente, infelizmente, mais alheada das revoluções culturais que se sucedem do que poderíamos desejar. Talvez aquele senhor tenha razão no seu post também de ontem: esta é uma forma de arte que merece morrer?
Whatever the reason there's only one that really worries me: its status as box office poison. If that's the case comics are doomed and... you know... deserve to die!...
in "Clyde Fans 1997 - 2017" 30 ago 2017