A vulgaridade dos comics é parte integrante da sua definição, e utilizamos o termo ocupados com a sua produção, disponibilidade e acessibilidade, desprovido de conotações a jusante à sua leitura.
É igualmente o seu principal impedimento enquanto arte legítima: esta valoriza sobretudo a unicidade da obra. Preferencialmente, produzida em moldes autorias opostos à lógica industrial, cuja importância aumenta com a indisponibilidade da obra e a sua inacessibilidade aos demais.
Qualquer esforço pelo reconhecimento do valor artístico da banda desenhada implica a negação da sua origem popular ou, pelo contrário, do abaixamento da alta cultura à esfera do entretenimento e diversão - um debate demorado que não nos ocupará nestas páginas já os art comics poupam-se ao latim: na produção, disponibilidade e acessibilidade propõem-se acatar cânones homologados pela academia.
Contra um passado com fundações firmemente assentes numa lógica comercial, na mais ampla das audiências possíveis e indissociável das inovações tecnológicas que o permitem, uma nova geração de autores faz hoje uso de um novo estágio de inovações tecnológicas que lhes permite ignorar –cof cof- lógicas comercias para alcançar o mais estrito dos públicos capazes - em alcance e entendimento.