Caros, não iremos renovar o apartado: onde o temos vão fechar portas e propuseram-nos transferi-lo para a estação de correio mais próxima que os permita. Custa-nos, mas depois de um curto soul searchin’ –e algum receio do funcionário que se encolheu de susto quando puxei das chaves * para as largar no balção - decidimos que não vale a pena a viagem. A pouca correspondência que ainda se faz em papel será despachada por outras vias. Bottom line: eliminem a morada dos vossos contactos.
* Passado o sobressalto desabafou que pensou que fosse puxar de uma arma de zangado com a situação. Sem palavras...: o funcionário conhece-nos, se essa é a imagem que lhe deixo temos mesmo que trabalhar a nossa sociabilidade.
Ou isso, ou andou a abrir cartas...
É o fim de uma era. Todos aqueles zines que circulam por ai com um apartado que não será mais... Triste. Em digital isso corrigia-se com um click :)
Igualmente triste, e também o fim de uma era, já que estamos nisso: Maakies no more. Ontem o Toni deu-os por acabados e parte para outra. Os Maakies são uma leitura genial, e, não vos querendo incentivar a uma vida de depravação ou menorizar a leitura convencional dos mesmos, estes são os únicos comics que nos ocorre que valerá a pena ler sob influência. Se já gostas dos Maakies mas nunca os experimentaste nessa variante, ‘migo: nunca chegaste a viver.
O autor despede-se pelo FB pelo que transcrevemos versão tradução-por-algoritmo para penitência da ousadia. Ah, o horror de ser vivo, suspira uma AI algures:
Makies está morto
Desde que cruel inverno gelado em fevereiro de 1994, tortinha crow e makies foram meus companheiros constantes e salva-vidas. Com um coração partido eu sentado naquele bar em Brooklyn e Drew comics para cervejas. O carvão negro do meu coração aberto e apareceu um pássaro, um pássaro bêbados, um corvo, Bebedolas Crow. Ela cresceu, eu cresci, as pessoas lêem meu pequeno strip e eles cresceram.
Agora somos todos crescidos, o jornal semanal em todo o mundo que transportou as lâminas tem quase todos sumiram ou cair seus gibis secções por uma razão ou outra, e aqui estou, sentado na beira de um pedregulho de granito, que se projeta para fora em gloucester harbor Bom, assistindo o navio não afundar.
Esta faixa tem sido meu diário, todos os meus pensamentos estranhos e as coisas engraçadas minhas amigas têm dito foram anotei em cem cadernos de bolso e acabou nas lâminas, no jornal. Eu era um jornalista cozido, fiquei orgulhoso! O mundo mudou, a única banda desenhada que podem se sustentar mais são aqueles que têm ambicioso jovem forte-braços com a auto-disciplina para instalarem dedicado em sites de caseiro ou que possam conseguir um lugar num grande site ou Dois, o que pode apoiá-lo financeiramente.
Obrigado a todos que me disse uma boa piada, a todos aqueles que me contou piadas horríveis que eu joguei no lixo, e especialmente para a Helena Harvilcz, sem os quais makies teria sido outra coisa completamente diferente.
Lembro-me de capitão. Ed Grey, parado no meio da rua, no Brooklyn, seu pequeno navio afundado, sem-teto, seus olhos azuis brilhantes com mania, como ele olhou sobre o Rio East, frio (ou "Comporta" como ele lhe chamava,) rindo.
" - O que estás a rir, Ed?"
" - Ah, só o horror de ser vivo."
Felizmente já tiveram o cuidado de recuperar para a posteridade o post do autor publicando-o fora do FB. Podem lê-lo aqui sem a ingerência adicional de redes sociais, com o bónus de informação suplementar: "All Hail Maakies! Tony Millionaire Ends His Stupendous Alt-Weekly Achievement After 20-Plus Years... 14 dezembro 2016
Destaques nossos: o "stupendous alt-weekly achievement" e "weekly newspapers across the world which carried the strip have almost all disappeared or dropped their comics sections for one reason or another", e, especialmente -
I was a hard-boiled newspaperman, I was proud! The world has changed, the only comic strips that can sustain themselves anymore are those who have ambitious young strong-arms with the self-discipline to set themselves up on dedicated home-made sites or those that can land a spot on a big website or two.
in "All Hail Maakies! Tony Millionaire Ends His Stupendous Alt-Weekly Achievement After 20-Plus Years..." 14 dezembro 2016
Fuck it, fim de uma era? Início de outra. Recordamos Barzun, umas quinhentas páginas atrás a propósito de alvoradas e decadências: não devemos lamentar o definhar de uma época, são o prenúncio de novas. On topic com jornais, igualmente recente, a propósito do NYT e do Washington Post, dois dos maiores pesos pesados de referência na imprensa mundial - as in: o que estes fizerem, os outros farão:
"On printed newspapers, I would say one word: Grim"
He predicted that print editions would be around "for at least five years" and noted that eventually The Washington Post's print edition would become "such a small portion of our business that we don’t think much about it."
The future lies instead with the paper's digital business, Baron said.
in "Marty Baron on ‘Spotlight,’ Jeff Bezos, Donald Trump and the slow death of printed news" 13 dez 2016
Print revenue — the category that's shrinking the fastest — now represents a relatively small fraction of the Times' overall business. That means other categories, such as digital subscriptions, native advertising and events, have begun to fill that gap.
in "These two stats from The New York Times should give newspapers hope" 5 dez 2016