só um printscreen: online aqui
Sabemos que tecnologias proprietárias mal disfarçadas de abertas à adoção por terceiros vêm com um prazo de expiração. Sabemos também que a má memória da adoção dessas soluções à medida entre casas de publicação é varrida com a primeira sugestão de mais bling ao virar da esquina. O caso-em-ponto: AMP Stories.
Google has officially launched AMP Stories in its search engine, aiming to let media companies deliver more visually exciting content to mobile devices. The new format gives publishers a mobile-focused format for delivering news and information as visually rich, tap-through stories, experimenting with novel ways to tell immersive stories for a diverse set of content categories. Publishers can use images, videos and graphics — with the goal of engaging users more quickly and deeply stitch[ing] together photos, videos, and text into a clickable sequence of tiles.
in "Google Launches ‘Visually Rich’ AMP Stories in Search, Akin to Snapchat Stories" 13 fev 2018
Para um take down das AMP, leiam a vasta literatura dos nossos habituais de sempre em matérias de webdev: Jeremy Keith, Ethan Marcotte et al (*) um bom sítio para começar 29 out 2017, com o PPK e o Tim Kadlec a acrescentar mais linhas 20 fev 2018. Em curto, um remendo como potencial para retalhar a web e cimentar monopólios.
The price that we pay for the instantly-opening AMP pages from the Google cache is the URL. Because we’re looking at Google’s pre-rendered copy instead of the original URL, the address bar is not pointing to the site the browser claims to be showing.
in "In AMP we trust" 13 mar 2017
Obviamente, um presente envenenado à web. Obviamente, utilizaremos como todos os demais serviços e plataformas enquanto a opção de exportar os conteúdos estiver a um botão de distância – neste caso, a míseros tweaks de sintaxe away - e não temos receio de incursões em território hostil quando temos um backup plan - pun intended!
Google AMP is bad news for how the web is built, it's bad news for publishers of credible online content, and it's bad news for consumers of that content. Google AMP is only good for one party: Google.
in "Kill Google AMP before it kills the web" 19 maio 2017
Ora. Talvez as Stories peguem, não são os primeiros desde o advento mobile a tentar estes micro powerpoints para o telemóvel a partir do momento que a Adobe desistiu da sua plataforma de multimédia por excelência – no seu auge, com 99% de penetração web, poderíamos desculpar aqueles que pensavam que o Flash seria um standard do W3C. Eventualmente, poderão até ganhar impulso suficiente para chegar à discussão no W3C. Ou a Google poderá borregar a coisa na próxima semana. Como no Flash, as Stories têm o seu quê tentador: apresentam uma solução prática para um problema real – quantos vão-se fazer de ofendidos quando lhes parecem querer dar mais este almoço grátis? A capacidade de lhe resistir por objecções filosóficas é para uns poucos, aqueles que têm um conhecimento capaz do passado, presente e futuro da Web. Os outros cairão na story.
Mas a proposta tem um quê especial para aqueles que gostam de fazer certo tipo de BD. O seu formato não é ideal para todos, mas perfeito para alguns e com um cheirinho à distribuição de zines, mini-comics, só que em digital: pequenas publicações com início, meio e fim que podem ser partilhadas entre amigos e com uma linearidade de leitura que é estranha à página web. E ao contrário de outras soluções, suficientemente disfarçadas debaixo de sucessivas tecnologias web para nos esquecermos que não é web per se mas a bastardização corp dessa.
While you can read them on a laptop or desktop, they're made with mobile consumption in mind. You tap through them, rather than scrolling—except they don't disappear, and they're searchable.
in "Introducing AMP Stories, a Whole New Way to Read WIRED" 13 fev 2018
Desenvolvimentos para outro dia, receamos que possamos ter que voltar a este tópico num futuro próximo: a Google poderá ter tropeçado em algo aqui, ainda se não saibam bem o que têm em mãos: um novo estágio da evolução da BD online. Vai depender dos artistas, a única coisa que nos salva: a resistência dos artsys a tudo que é digital é épica. Por uma vez, benditos. Se esses vacilam e abrem as portas à experimentação, vamos ter Estórias.
E como imaginam, obviamente já podes ler OS POSITIVOS em AMP Stories.
É apenas um testdrive, mas percebes a ideia:
OS POSITIVOS in "Novo Formato"
Fine print de novas techs: 1) é experimental, 2) vais querer ver no telemóvel mas podes ver no desktop - Google que é Google trata melhor Android que IOS, 3) a experiência é melhor no Chrome -imagine-se- suportável nos restantes browsers. Em qualquer sítio, qualquer acesso, vais ter que passar por uma mensagem standard do "isto é beta":
1. Enable
2. Refresh
Quem não quer dar-se ao trabalho de fazer o test-drive, fica o vídeo:
Para os que como nós não querem que a coisa venha para ficar mas em pulgas por ver o que fazem do formato, o soundtrack ideal ao momento. Podes ouvir enquanto vês o vídeo:
♪ One day this will all come down ♪ One day this will all come crashing right down
♪ So go on with your life ♪ We will bring you down