Não só não seguimos de perto o que se passa por este país como entrámos no hábito de nem registar os autores sensações de cada ano - por regra, apenas começamos a prestar atenção depois destes penarem pelo deserto mais de cinco anos e ainda assim insistirem, ou, sobretudo, regressarem: esses são os que mais nos interessam. Antes, temos-los por entusiastas do formato a caminho dum primeiro estágio em fim de curso, ou, pior, a imaginarem-se a fazer profissão na BD.
Exemplo do nosso grau de alheio à realidade que nos imersa: líamos Mosi há poucos dias, e demorámos algum tempo a perceber que não estávamos a folhear Joana Afonso. My bad.
Mas somos terrivelmente influenciáveis por ventos de fora. De facto, não andássemos a ler para outras paragens nem teríamos hoje tropeçado na curiosidade que quase nos convence a reconsiderar o vencedor do prémio para o Melhor Desenho para Álbum Português 2017.
No seu "Novedad en el frente" 6 mar 2018, Gerardo Vilches com quem já estivemos antes fala-nos de, entre outros -
otra de mis autoras jóvenes de referencia, desde que la descubrí en Nubes de talco
in "Novedad en el frente" 6 mar 2018
...por cá traduzido como Brumas, de Amanda Baeza. Uma leitura rápida aos suspeitos do costume confirma que a autora "cresceu entre dois hemisférios" e o seu livro fez as suas voltas por terras de fora antes de amealhar o troféu por terras de Amadores da BD.
Infelizmente ao orgulho nacional, nesta ocasião Gerardo omite meio hemisfério -"Amanda Baeza (Chile, 1990)"- e também não faz caso de qualquer 'tuguice que se associe à obra. Para a história fica apenas o "Nubes", deixando na bruma a edição estrangeira da Chilli.
Talco, anyone?